Simplificações furiosas

Por Liam Bourn follow @LiamBourn on Twitter, Gettr

As ideologias de matriz individualista ou coletivista servem para promover o relativismo moral que altera a esmo o fundamento da base social, a família, os objetivos do país, a nação, para atender aos mesquinhos fins partidários que, por sua vez, subservem aos interesses globais.

O povo que rejeita a sua identidade fundacional e os valores estáveis transcendentais perde o senso de identidade e preservação nacional, tornando-se idiota sem resistência psicológica e devoto das ideias autossabotadoras dos globalistas, levando a nação à condição de neocolônia.

Uma nação soberana inevitavelmente deve ser uma potência econômica, militar e cultural. A Republiqueta não tem um baronato autônomo e poderoso o suficiente para concorrer no mercado internacional; não tem Defesa e Inteligência aptos a desafiar as medidas ativas do exterior.

Não tem produção cultural, acadêmica e literária erigida a partir do excepcionalismo nacional de modo a gerar um natural soft power (poder de convencimento) na comunidade internacional. A produção é uma monomania horrorosa de classismo e identitarismo marxista desde o pós-guerra.

Republiqueta como tal, por sua estrutura ser uma rebelião à ordem natural, pautada no voluntarismo político, portanto, destinada a vaguear como uma folha ao vento segundo as ideologias da moda, nunca poderá oferecer alguma possibilidade de reconstrução da soberania nacional.

Globalismo esse que prega que os Estados anglo-americanos sejam os protagonistas e o equilíbrio do globo. Ele reconhecera que, em que pese a mentalidade milenarista do excepcionalismo americano, os excepcionalismos alemão, russo ou chinês seriam bem mais traumáticos à humanidade.

Olavo não disse que era favorável ao Partido Republicano per se, como as simplificações furiosas dos vira-latas amestrados do Dugin apontam na tentativa de caricaturá-lo. Antes, pelo contrário, o Olavo criticava o Globalismo de Direita defendido por C. Quigley e N. Ferguson.

Pelas vias das proporções, objetivamente, ele está certo. Mas isso não quer dizer que ele, por exemplo, não reconhecera que caso o Império Espanhol ganhasse a Guerra dos Oitenta Anos, a humanidade poderia seguir um caminho muito mais grandioso sob os auspícios da neoescolástica.

Enfim, seja o Globalismo de Direita, literalmente o imperialismo americano deflagrado por políticos cristãos americanos, seja o Globalismo de Esquerda, esse encampado pela elite bancária euramericana, o Olavo sempre rechaçou qualquer projeto salvacionista como solução.

Não há nação culturalmente avançada moral e intelectualmente, logo soberana, se não for edificada nas bases axiológicas da tradição e religião. O excepcionalismo não pode advir do materialismo: oriundo do Liberalismo, Socialismo e derivações nacionalistas e internacionalistas.

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