Músicas estrangeiras em Reels de pontos turísticos e culturais portugueses e brasileiros

Nos últimos anos, tem-se observado uma preocupante tendência entre os jovens em relação ao consumo de música e à escolha de trilhas sonoras para vídeos e reels nas redes sociais. Em vez de valorizarem o vasto e rico patrimônio musical do Brasil e de Portugal, muitos optam por utilizar músicas estrangeiras, muitas vezes desconectadas do contexto cultural dos pontos turísticos que estão promovendo. Esse fenômeno revela um desconhecimento ou até mesmo uma negligência em relação à própria herança cultural.

A música brasileira, com suas raízes profundas no samba, bossa nova, MPB, forró e tantos outros gêneros, e a música portuguesa, rica em fado, música popular e fado vadio, são tesouros que merecem ser celebrados e difundidos. Elas não são apenas expressões artísticas, mas também refletem a história, os costumes e a alma de seus povos. Ignorar essas tradições musicais em favor de hits internacionais é um desperdício de oportunidade para conectar-se de maneira mais autêntica com as origens e tradições locais.

Utilizar músicas estrangeiras em reels que mostram as maravilhas de lugares como o Rio de Janeiro, Lisboa, Salvador ou o Porto, por exemplo, cria uma dissonância cultural. A trilha sonora é uma parte crucial da narrativa visual e pode enriquecer imensamente a experiência do espectador. Ao escolher uma música que não tem qualquer ligação com a cultura do local exibido, perde-se uma camada de significância que poderia intensificar a mensagem transmitida. Imagine mostrar a exuberância do Pelourinho ao som de um samba-reggae ou a beleza de Sintra ao som de um fado; a música complementaria e enalteceria a imagem, criando uma experiência imersiva e culturalmente rica.

Além disso, a utilização de músicas brasileiras e portuguesas em conteúdos digitais é uma forma de preservação e valorização cultural. É um meio de introduzir as novas gerações a artistas e obras que moldaram a identidade nacional e que continuam a influenciar a cultura contemporânea. Essa prática pode também ajudar a impulsionar a carreira de músicos locais, trazendo-lhes a visibilidade que muitas vezes é desviada para artistas estrangeiros.

Os jovens têm nas mãos uma ferramenta poderosa para a promoção cultural através das redes sociais. Ao optarem por músicas que representem suas próprias culturas, eles não apenas promovem a riqueza musical de seus países, mas também contribuem para a construção de uma identidade coletiva mais consciente e orgulhosa de suas raízes. Valorizar a música local é, portanto, um ato de resistência cultural e de celebração da própria história.

Em suma, é imperativo que haja um esforço consciente para reverter esse desconhecimento e promover a utilização de músicas brasileiras e portuguesas em conteúdos digitais. Isso não apenas fortalece o senso de identidade cultural, mas também enriquece a experiência do público, criando uma conexão mais profunda e autêntica com os pontos turísticos apresentados. É hora de resgatar e celebrar a musicalidade que define e enobrece as culturas do Brasil e de Portugal.

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